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Junto e misturado:

Muitos livros são resultado de dissertações, teses e pesquisas no meio acadêmico, não há nada de incomum nesse fato. O que torna esse livro em questão algo inusitado é a forma como a pesquisa foi feita. Sua autora, Karina Biondi, ia aos presídios não apenas para fazer sua pesquisa de campo, mas para visitar o seu marido, o que a fez viajar pelo sistema penitenciário paulista por seis anos. Realizando uma dissertação de mestrado em antropologia social pela Ufscar, Biondi teve acesso íntimo ao ambiente prisional, o que a permitiu transgredir a visão superficial sobre o funcionamento da maior gangue de presídio do mundo: o PCC. Utilizando seus conhecimentos de antropologia e relacionando-os com os testemunhos de presos e visitantes, a autora pinta um quadro muito diferente do que estamos acostumados e que é até difícil de ser plenamente entendido para alguém de fora (confesso que tive que ler o livro duas vezes para compreendê-lo de fato). A complexidade do código das cadeias do PCC, na gíria “Cadeias favoráveis”, pode ser vista logo de cara no termo nativo que batiza o livro: “Junto e misturado”, significando como torna-se enevoado o organismo de uma facção que o noticiário mostra como uma organização quase empresarial. Devido à sua natureza acadêmica, a escrita é bem técnica nas explicações conceituais, utilizando as normas da ABNT, o que a torna uma leitura mais árida. Contudo, os relatos de experiências da autora e de seus entrevistados costumam ser bem dinâmicos.

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